25.7.12

Por onde anda: originalidade (Everything is a remix)

Essa história de mashups, remixes, montagens e colagens em geral desde sempre foi motivo pra muita ladainha. Todo mundo quer ser o criador, nunca o copiador. Mas quase sempre, o contrário que acontece. Quantas vezes fomos ao cinema e vimos cenas semelhantes a de outros filmes? Ou músicas onde a gente ouve uma batida semelhante a outra. É referência em cima de referência. Com base nessas implicações que o canadense Kirby Ferguson fez o projeto Everything is a Remix. Divido em 4 vídeos curtos, o trabalho retrata o seu próprio nome ao pé da letra: tudo é um remix, uma mistura. Nada é totalmente criativo. E fala um pouco também da diferença entre cover, plágio, e coisas do tipo.





No primeiro vídeo, Kirby traz pra gente uma pontinha sobre o assunto no mundo da música. Os fãs do Led Zeppelin devem se decepcionar quando no vídeo vem à tona fatos de que a banda não é aquele bambambam todo, e que inclusive, é julgada por críticos como imitadores. Pesado, né? E também várias outras músicas ou combinações. Tudo o que é dito nos vídeos vem em ordem de argumento, sem contar que são super dinâmicos. Confere aí, muito massa:



Já na parte 2, os filmes e suas referências que são abordados. No vídeo nós vemos que nos últimos anos, 74 entre 100 filmes são continuações, refilmagens ou adaptações. Star Wars, James Bond, Transformers, Matrix... Um puxa o outro, ou é combinação de várias outras ideias.



Um diretor que faz muitas combinações de outras referências com suas próprias em seus filmes é Quentin Tarantino. Kill Bill é um exemplo massivo disso. Bruce Lee, filmes de faroeste, terror e vários outros. A tela está divida e putz, é impressionante como algumas cenas são copiadas em detalhes, até o movimento da câmera. (Mas ainda gosto do Tarantino, ok?) Dá uma olhada nisso:



Já na parte 3 e 4, Kirby fala de outros universos de criação como internet, telefone, tecnologia e também regulamentações existentes. Conclusão com chave de ouro.





Todas as fotos, vídeos, comentários e até roteiro dos vídeos estão disponíveis no site do projeto: www.everythingisaremix.info. Todo o trabalho foi e ainda é sustentado por doações. Pode não ser a maior revolução, mas o Everything is a Remix reforça de uma maneira bastante dinâmica que "nada se cria, tudo se copia", e que claro, nos fim das contas, todos podemos remixar e fazer sucesso. Nossa, me empolguei agora :)

2 comentários:

  1. Interessante, mas pelo o que eu entendi, o cara está tratando da falta de criatividade, inovação e originalidade dos filmes blockbusters que vemos hoje. OK, ai eu concordo, é uma reciclagem maldita de modelos de sucesso... Mas se essa foi a linha de pensamento dele, acho que ele foi muito inocente de colocar Kill Bill na história... Fica evidente no vídeo do Kirby a quantidade absurdas de referências que o filme do Tarantino carrega.

    Mas ali, ao contrário de um modelo de filme comercial que usa e abusa dos mesmo clichês de sempre, o que o Tarantino faz, tanto no Kill Bill, como em seus outros filmes, é uma grande homenagem aos filmes e as cenas que fazem ele ser apaixonado por cinema, e faz tudo isso com uma autoralidade e características tão fodas, ele não copia, ele pega uma cena linda e foda, como a do Fist of Fury e revitaliza a cena colocando o estilo dele, é de arrepiar a construção dos filmes do cara.

    E Tem quem tente seguir o estilo do Tarantino (e as vezes fica muito bom) mas não consegue nem chegar perto...não é atoa que hoje ele é aclamado como um dos maiores diretores dessa geração

    Posso até estar confundindo o que o Kirby quis passar com seus vídeos, mas, ao meu ver, falar que os filmes de Quentin Tarantino não tem originalidade, que é uma cópia, é no mínimo delírio de quem ta falando.

    ResponderExcluir
  2. Gostei do teu comment, Felipe. Não vejo que o Kirby fez uma crítica ao Tarantino, Kill Bill foi apenas um forte exemplo de todo o universo que ele retrata nos dois primeiros vídeos. Sem contar que esse foi apenas um teaser para outros vídeos, assim como o de Matrix, que nem tinha colocado aqui -> http://vimeo.com/29996808
    Quem conhece o trabalho do Quentin sabe que o cara arrebenta, e o fato de deixar bastante claro o uso de referências que o torne um diretor mais ou tão aclamado.

    Obrigada!

    ResponderExcluir